Trânsito

Da autoescola ao CFC: O surgimento do ensino e formação de Condutores

A autoescola deve contar com Instrutores que lecionam aulas teóricas e práticas para a obtenção da CNH e ser credenciada junto ao DETRAN do seu Estado.

COMUNICAÇÃO - 13 de junho de 2023
GRUPO CRIAR - Criação

As autoescolas desempenham um papel essencial na formação de Condutores responsáveis e habilitados. Por trás dessas instituições existe uma história de desafios e evoluções.

Primórdios das autoescolas

A história das autoescolas remonta ao início do século XX, quando os primeiros automóveis começaram a circular nas ruas. Na época, a falta de regulamentação e controle sobre a condução de veículos resultava em um cenário caótico, com acidentes frequentes e motoristas sem experiência adequada. Percebendo a necessidade de padronização e treinamento, surgiram os primeiros esforços para criar escolas de condução. Segundo o National Motor Museum, o registro da primeira autoescola no mundo é de 1901, na cidade de Liverpool, na Inglaterra.

A partir do atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que está em vigor desde 1998, o CONTRAN atribuiu por meio da Resolução nº 33 um novo nome às autoescolas, que passaram a se chamar “Centros de Formação de Condutores”. Nesse caso, não foi apenas uma mudança de nome, pois houve uma ampliação nas atribuições e na qualidade dos serviços prestados por esses agentes educacionais, com foco maior na educação e melhor formação dos condutores de veículos automotores.

Regulamentação e profissionalização

À medida que os automóveis se tornavam mais comuns nas ruas, a necessidade de regulamentação e normas para a formação de condutores se tornou evidente. Na década de 1920, surgiram as primeiras leis de trânsito e as autoescolas começaram a se profissionalizar. Elas passaram a oferecer cursos teóricos e práticos, utilizando veículos específicos para o treinamento dos alunos, como os carros, motos e ônibus. Cada veículo se encontra em uma ou mais categoria diferente de CNH, sendo elas:

  • ACC (Autorização para Conduzir Ciclomotor): Ciclomotores e bicicletas dotadas originalmente de motor elétrico auxiliar, bem como aquelas que tiverem o dispositivo motriz agregado posteriormente à sua estrutura, em que se verifique, ao menos, uma das seguintes situações: com potência nominal superior a 350 W, com velocidade máxima superior a 25 km/h, com funcionamento do motor sem a necessidade de o condutor pedalar, e com dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência.

  • CATEGORIA A: Veículos automotores e elétricos, de 2 ou 3 rodas, com ou sem carro lateral ou semirreboque especialmente projetado para uso exclusivo deste veículo, e todos os veículos abrangidos pela ACC.

Observação: A categoria A não permite conduzir quadriciclos, cuja categoria é a B.

  • CATEGORIA B: Veículos automotores e elétricos, não abrangidos pela categoria A, cujo Peso Bruto Total (PBT) não exceda a 3.500 kg e cuja lotação não exceda a 8 lugares, excluído o do motorista; veículos automotores da espécie motor-casa, cujo peso não exceda a 6.000 kg, e cuja lotação não exceda a 8 lugares, excluído o do motorista; tratores de roda e equipamentos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas; quadriciclos de cabine aberta ou fechada.

Observação: Respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os condutores da categoria B podem conduzir combinação de veículos cuja unidade tratora se enquadre nessa categoria de habilitação (conforme especificações anteriores) e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha menos de 6.000 kg de peso bruto total e não exceda a 8 lugares.

  • CATEGORIA C: Veículos automotores e elétricos utilizados em transporte de carga cujo PBT exceda a 3.500 kg; tratores de esteira, tratores mistos ou equipamentos automotores destinados à movimentação de cargas, de terraplanagem, de construção ou de pavimentação; veículos automotores da espécie motor-casa, cujo PBT ultrapasse 6.000 kg, e cuja lotação não exceda a 8 lugares, excluído o do motorista; todos os veículos abrangidos pela categoria B.

Observação: Respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os condutores da categoria C podem conduzir combinação de veículos cuja unidade tratora se enquadre nas categorias B ou C (conforme especificações anteriores) e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha menos de 6.000 kg de peso bruto total e não exceda a 8 lugares.

  • CATEGORIA D: Veículos automotores e elétricos utilizados no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a 8 lugares, excluído o do condutor; veículos destinados ao transporte de escolares independentemente da lotação; veículos automotores da espécie motor-casa, cuja lotação exceda a 8 lugares, excluído o do motorista; ônibus articulado; todos os veículos abrangidos pelas categorias B e C.

Observações: Respeitada a capacidade máxima de tração da unidade tratora, os condutores da categoria D podem conduzir combinação de veículos cuja unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D (conforme especificações anteriores) e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha menos de 6.000 kg de peso bruto total e não exceda a 8 lugares.

para conduzir Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) é necessário estar habilitado na categoria D. VLT são veículos de mobilidade urbana para transporte coletivo de passageiros de tração automotora ou elétrica, que se move sobre trilhos e que compartilha a mesma via, concorrendo com outros tipos de veículos e pedestres, em faixas segregadas ou não.

  • CATEGORIA E: Combinações de veículos automotores e elétricos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg ou mais de PBT, ou cuja lotação exceda a 8 lugares; combinações de veículos automotores e elétricos com mais de uma unidade tracionada, independentemente da capacidade máxima de tração ou PBTC; todos os veículos abrangidos pelas categorias B, C e D.

 

Evolução tecnológica e modernização

Com o avanço da tecnologia, os CFCs também se adaptaram. A introdução de simuladores de direção e sistemas de treinamento virtual trouxeram novas possibilidades para a formação de Condutores. Além disso, as autoescolas modernas passaram a utilizar recursos audiovisuais, materiais didáticos interativos e recentemente, plataformas on-line para aplicação de aulas remotas, tornando o processo de aprendizado mais dinâmico e acessível. A tecnologia também trouxe mais segurança para a aulas práticas e teóricas com o uso de câmeras de monitoramento, registro biométrico, tablets e aparelhos que registram dados referentes a atuação do aluno enquanto dirige.

Desafios e tendências atuais

Apesar dos avanços, os CFCs ainda enfrentam desafios no contexto atual. A crescente demanda por habilitação, as mudanças nas legislações de trânsito e a necessidade de adaptação às novas tecnologias são alguns dos aspectos que exigem constante atualização e aprimoramento por parte das instituições. Além disso, o surgimento de aplicativos de transporte e a discussão sobre veículos autônomos também trazem novos questionamentos sobre o futuro da formação de Condutores.

Os CFCs têm uma história antiga e importante na formação de Condutores. Desde seus primórdios até os dias atuais, eles evoluíram e se adaptaram às mudanças no cenário automobilístico. Com o objetivo de promover a segurança viária e a condução responsável, essas instituições continuam desempenhando um papel crucial na formação de novos Condutores, preparando-os para enfrentar os desafios do trânsito e contribuir para um ambiente mais seguro em todas as vias.