Trânsito

A importância da Educação de Trânsito

Brasil é o 5° país do mundo que mais faz vítimas de trânsito.

Comunicação - 30 de setembro de 2022
GRUPO CRIAR - Criação

Tendo em vista este importante mês de conscientização, em que se comemorou no último dia 25 de setembro o Dia Nacional do Trânsito, é mais que necessário falar sobre a importância da educação de trânsito.

O Brasil é o 5° país do mundo que mais faz vítimas de trânsito

As duas matérias anteriores do blog Transitar relataram o aumento de acidentes e mortes nas rodovias federais em 2021 (clique aqui para conferir) e as 10 principais causas destes acidentes (clique aqui para conferir). Ambas, por meio de dados estatísticos, enfatizaram que muitos destes sinistros se deram por falhas humanas que poderiam ter sido evitadas.

É o que também confirma a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com dados pré-pandemia, em que apresentam que o Brasil é o quinto país do mundo que mais faz vítimas de trânsito, e 95% dos acidentes são causados por imprudência e não por imperícia, ou falta de instrução do condutor. São 22 mortes por 100 mil habitantes. E, ainda, cerca de 60% dos leitos hospitalares do Sistema único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito, assim como 50% dos centros cirúrgicos.

Ao considerarmos estes dados, é imprescindível não pensarmos na importância da educação de trânsito para que os índices de acidentes e mortes no Brasil sejam reduzidos.

Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelecer a promoção da educação para o trânsito desde a pré-escola, a maioria das instituições de ensino, públicas e privadas, não incluem o tema como uma disciplina regular. Portanto, o CFC é o único ambiente que os brasileiros aprendem sobre Legislação, Direção Defensiva, Primeiros Socorros, entre outras disciplinas essenciais para a condução consciente e segura nas vias públicas.

Estes conteúdos podem ter caráter ativo ou passivo. Os ativos têm o objetivo de expor orientações sobre como evitar acidentes, como exemplo a disciplina Legislação de Trânsito, que permite o conhecimento dos deveres, das proibições, das normas de circulação, da sinalização etc. Já os passivos, têm a premissa de ensinar os comportamentos indicados pós-acidentes, como é o caso da disciplina Primeiros Socorros, que apresenta as primeiras providências que devem ser tomadas no local do acidente até a chegada de um socorro profissional.

São assuntos de grande relevância que, além de proporcionarem o conhecimento necessário sobre como ser um motorista prudente que ajude na segurança do trânsito brasileiro, devem ser ensinados por profissionais qualificados que ofereçam um aprendizado claro e inclusivo. E, atualmente, isso só é possível por meio dos CFCs, que possuem a capacitação e o conhecimento viáveis para garantir o ensino correto dos conteúdos teóricos que regem o curso de formação de condutores. 

Mas... se os CFCs parassem de oferecer a parte teórica da educação de trânsito, como prevê proposta recente submetida à consulta pública pelo governo federal, visto que são o único meio especializado de o Candidato à habilitação aprender sobre as legislações que garantem a formação de um bom condutor?

A possível ação acarretaria em várias consequências, entre elas, haveria um possível aumento nos índices de acidentes e mortes no trânsito brasileiro, uma vez que o futuro motorista não teria acesso, através de um ensino capacitado, aos conteúdos do curso para obter a CNH. Além disso, podemos levar em conta que muitos brasileiros não têm o hábito de leitura, e estudar por conta própria, sem estimulo de uma unidade profissional, faria com que o candidato se desinteressasse pelo aprendizado. Estes fatos, com certeza, influenciariam na formação de motoristas imprudentes que prejudicariam a segurança de toda a população, já que somos todos usuários de trânsito.

Podemos prever ainda algumas consequências financeiras que o país sofreria, como o aumento das despesas com multas de trânsito, dos pagamentos de taxas públicas para a realização de reexames, do pagamento de profissionais que auxiliam no recurso de multas e das despesas (diretas e indiretas) com danos pessoais e materiais.

“A educação de trânsito é essencial para a formação cidadã dos usuários das vias públicas. A prescrição e o incentivo à pratica de condutas de respeito, responsabilidade e cordialidade fazem da educação o principal instrumento de humanização do trânsito.” - reflete Sandro Coimbra, especialista em trânsito

Sendo assim, podemos concluir o quanto os CFCs são essenciais para que a educação de trânsito seja inserida na formação do condutor de forma qualificada.

Valorizar a educação de trânsito é dizer sim à proteção da vida!