Trânsito

Mal súbito é uma das principais causas de sinistros de trânsito

Problemas de saúde inesperados têm provocado milhares de ocorrências nas estradas e levantam alerta sobre prevenção e responsabilidade.

Comunicação - 26 de novembro de 2025
GRUPO CRIAR - Criação

O trânsito brasileiro enfrenta um inimigo silencioso: o mal súbito. Situações em que motoristas sofrem desmaios, crises cardíacas ou outros problemas de saúde inesperados ao volante estão entre as principais causas de sinistros graves no país. Mais do que estatísticas, esses episódios revelam a importância de cuidar da saúde e da responsabilidade de quem dirige.

De acordo com reportagem do Fantástico (G1), o mal súbito é caracterizado por uma alteração repentina no estado de saúde, que pode incluir desmaios, convulsões, infartos ou crises de pressão. No trânsito, esses eventos se tornam especialmente perigosos, já que o motorista perde o controle do veículo em movimento, colocando em risco não apenas sua vida, mas também a de passageiros e demais usuários da via.

O programa revelou que, apenas em 2024, o mal súbito foi responsável por 811 sinistros nas rodovias federais, com 1.220 feridos e 359 mortes. Em 2025, até setembro, já foram 590 ocorrências registradas. Esses números não incluem estradas estaduais e vias municipais, o que indica que o problema é ainda maior.

Estudos internacionais apontam que o mal súbito pode estar por trás de 5% a 10% dos sinistros graves em todo o mundo. Isso reforça que o fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas uma preocupação global.

Dados da Agência Brasil mostram que problemas de saúde de motoristas estão entre as causas de milhares de sinistros todos os anos. Em Santa Catarina, por exemplo, o portal NSC Total registrou seis mortes em rodovias federais apenas em 2025 devido a episódios de mal súbito. Esses números reforçam que não se trata de casos isolados, mas de uma realidade que exige atenção urgente.

O mal súbito é responsável por uma parcela significativa dos sinistros de trânsito, muitas vezes com desfechos fatais. Isso demonstra que o risco não está apenas em imprudência ou falhas mecânicas, mas também em condições de saúde que podem se manifestar sem aviso.

Em situações em que o mal súbito resulta em sinistros, o motorista pode ser responsabilizado judicialmente, especialmente se já sabia de condições médicas que poderiam comprometer sua capacidade de dirigir. Isso reforça a necessidade de avaliações médicas periódicas e da honestidade ao declarar condições de saúde em processos de habilitação.

Profissionais que passam longas horas ao volante, como caminhoneiros, enfrentam ainda mais riscos. A rotina intensa, o estresse e a falta de pausas adequadas podem agravar problemas de saúde, aumentando a probabilidade de episódios de mal súbito. A sobrecarga física e mental é um fator que não pode ser ignorado.

Autoridades e especialistas apontam medidas simples que podem salvar vidas e reduzir os sinistros relacionados ao mal súbito:

  • Exames médicos regulares: fundamentais para identificar problemas cardíacos, neurológicos ou de pressão.
  • Respeitar os limites do corpo: descansar, hidratar-se e evitar longas jornadas sem pausa.
  • Atenção a sintomas prévios: tontura, palpitações ou desmaios devem ser investigados antes de assumir o volante.
  • Evitar dirigir sob efeito de medicamentos que possam comprometer reflexos ou causar sonolência.
  • Educação e conscientização: campanhas de trânsito devem incluir a importância da saúde do condutor como fator de segurança viária.

O mal súbito é um alerta de que dirigir não depende apenas de habilidade técnica, mas também de saúde e responsabilidade. Cuidar do corpo e respeitar seus limites é tão importante quanto respeitar as leis de trânsito.

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