Trânsito

Objetos soltos no carro: um risco invisível que pode ser fatal

O que parece inofensivo pode, em segundos, colocar vidas em risco.

Comunicação - 02 de julho de 2025
GRUPO CRIAR - Criação

Você entra no carro, joga a bolsa no banco de trás, deixa o celular no console e a garrafa de água no assento do passageiro. Rotina comum, né? O problema é que, em uma freada mais brusca ou colisão, esses itens inocentes se transformam em projéteis perigosos. O que parece inofensivo pode, em segundos, colocar vidas em risco.

Pouca gente imagina, mas a física não perdoa. Em uma batida a 80 km/h, um objeto de apenas 3 kg pode atingir um ocupante com uma força equivalente a até 240 kg. Isso equivale a ser atingido por um touro em disparada sem nenhuma chance de reação. Em outra situação, uma mala de 7 kg pode atingir até 350 kg quando a velocidade inicial do veículo é de 60 km/h.

O risco vai além do impacto físico. Motoristas costumam tentar segurar objetos caindo ou escorregando durante o trajeto e isso é suficiente para tirar os olhos da via por preciosos segundos. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), tirar a atenção da estrada por apenas três segundos a 60 km/h equivale a dirigir "cego" por 50 metros. Um espaço mais do que suficiente para provocar um acidente grave.

A legislação é clara: o artigo 248 do CTB considera infração grave transportar cargas e objetos de forma inadequada. A multa é de R$ 195,23, o condutor recebe cinco pontos na CNH e, em alguns casos, o carro pode ser retido até que a situação seja regularizada. Mas além da penalidade, existe algo mais importante: salvar vidas.

Organizar o interior do veículo é um gesto simples e poderoso. Confira algumas atitudes que fazem toda a diferença:

Objetos grandes e pesados: devem ser sempre guardados no porta-malas. Se possível, utilize redes ou cintas de amarração para impedir que se movimentem.

Objetos pequenos: como bolsas, eletrônicos e garrafas, devem ser acomodados no porta-luvas, nas portas ou em compartimentos fechados. Evite deixar qualquer coisa solta nos bancos ou no chão.

Animais de estimação: transporte seu pet com segurança utilizando caixas adequadas, cinto específico ou grade divisória. Além de proteger o animal, esses dispositivos evitam que ele se desloque ou atrapalhe a condução.

Itens no tampão traseiro: evite deixá-los ali. Em colisões traseiras, objetos nessa área são projetados diretamente contra os passageiros do banco de trás.

Está de mudança ou fazendo transporte de objetos em maior quantidade? Nesse caso, redobre os cuidados:

– Use fita de amarração para fixar cargas volumosas.

– Distribua o peso de maneira equilibrada para não comprometer a estabilidade do carro.

– Não exceda o limite de carga recomendado pelo fabricante, essa informação está no manual do veículo.

Segundo os órgãos de trânsito, esse cuidado começa com a conscientização. Campanhas educativas, como as que temos visto nos últimos anos, são fundamentais para transformar hábitos e consolidar uma cultura de prevenção. A segurança começa nos pequenos gestos: prender o cinto, revisar o carro, respeitar os limites de velocidade e, claro, assegurar que tudo esteja devidamente guardado antes de sair com o carro.

Manter objetos organizados no interior do veículo pode parecer um detalhe pequeno, mas é exatamente nesses detalhes que a segurança encontra seu espaço. Quando um motorista assume o compromisso de garantir que nada esteja solto no carro, seja uma simples garrafa de água ou a mala do final de semana, ele está, na prática, cuidando das pessoas que ama e das que cruzam seu caminho pelas ruas e rodovias.

Lembre-se: um trânsito mais seguro não depende apenas da legislação, mas da postura de cada um de nós. A mudança começa ao girar a chave de ignição com responsabilidade e se reforça a cada atitude consciente.

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