Saudações pedestre! Certamente enquanto atravessa uma faixa de pedestre, você imagina que neste momento está seguro.  A faixa de pedestre é uma ferramenta que contribui para a diminuição dos acidentes de trânsito quando respeitada.

O Código de Trânsito trata, no artigo 29, que os veículos maiores devem zelar pela segurança dos veículos menores; os motorizados pelos veículos não motorizados e todos devem zelar pela segurança do pedestre. O pedestre também tem seus deveres. Apesar de ser o usuário da via pública com maior fragilidade, ele também carrega a sua responsabilidade pelo Código de Trânsito Brasileiro.

Tendo em vista este fato, o uso correto da faixa de pedestre não cabe somente aos motoristas. A contribuição do pedestre é fundamental.

Afinal, você conhece a história da Faixa de pedestres no Brasil?

Antes de falar da sua origem no Brasil, vamos voltar no tempo, a faixa de pedestres é um avanço da evolução das cidades e ilustra a preocupação com a segurança viária ao longo dos tempos.

Em Pompeia, no ápice do Império Romano, as ruas eram estreitas e não possuíam estruturas preparadas para suprir a segurança dos pedestres. A movimentação de pessoas, veículos e animais era desordenada, refletindo um período em que a prioridade era a movimentação de mercadorias e pessoas. Para tentar organizar esse fluxo, implantaram faixas de pedestres elevadas feitas com fragmentos de rochas.

Em 1969, os Beatles imortalizaram a faixa de pedestres em frente ao estúdio Abbey Road na capa de seu álbum icônico, a partir de então a faixa ganhou notoriedade mundial. A ilustração do álbum dos rapazes de Liverpool, não apenas evidenciou a rua como um local de importante reduto cultural, mas também potencializou a importância das faixas de pedestres como instrumentos primordiais para a segurança e organização urbana.

Nos Estados Unidos, a história das faixas de pedestres acompanhou o crescimento das cidades e o aumento do tráfego automotivo. A primeira faixa de pedestres reconhecida oficialmente foi instalada em 1935, em Michigan Avenue, Chicago, marcando o início de uma padronização necessária para proteger os pedestres em áreas urbanas movimentadas.

No Brasil, o Distrito Federal se destaca na utilização deste dispositivo de segurança. E em 1º de abril de 1997, o Distrito Federal recebeu a primeira faixa de pedestre, nas imediações da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul. Exatos 27 anos depois, o projeto que se tornou um símbolo de orgulho para a capital foi multiplicado em 4.471 faixas de pedestres, espalhadas pelas vias urbanas de Brasília e 297 em rodovias distritais.

No Distrito Federal, a faixa de pedestres é motivo de orgulho, para se ter ideia cerca de 1,5 mil foram revitalizadas só este ano, segundo o DETRAN. Até 20 de março, foram registradas 2.059 autuações e nenhuma morte nessas sinalizações. Em 2023, ocorreram duas mortes em faixas de pedestres, enquanto no ano anterior foram seis, o equivalente a uma queda de 66% no número de óbitos.

As faixas de pedestres do DF não são diferentes das faixas vistas no resto do País, mas estas, no centro do poder federal, devem se tornar em breve patrimônio cultural e imaterial da cidade, já que são motivo de exaltação do brasiliense, menos pela sua existência do que pela relação de urbanidade que a cidade de quase 3 milhões de habitantes tem no trânsito.

Apesar de ser o terceiro maior centro urbano do país após Rio de Janeiro e São Paulo, motoristas da capital federal se orgulham de respeitar o cruzamento com pedestres em qualquer ocasião, o que garante não apenas um tráfego mais seguro, como também um menor número de semáforos em suas vias. Cenas vistas por lá, com motoristas esperando a travessia de pedestres em avenidas movimentadas e pequenas vias, são comuns em outros pontos do país, mas ainda muito raras em grandes cidades como São Paulo.

Esperamos que os órgãos governamentais de todo o país e a população em geral, tenha Brasília como exemplo, assim teremos um trânsito mais seguro e mais respeitoso.

Como citado no início do texto, o uso da faixa de pedestre é milenar, há registros da sua utilização antes mesmo da criação dos veículos automotores.

Por isso, usar esse recurso para manter a ordem pública não é uma opção, é dever de todos os cidadãos.