Trânsito

O Impacto do Estresse no Trânsito

O Estresse no Trânsito não apenas afeta o bem-estar emocional, mas também tem consequências físicas e psicológicas significativas.

Comunicação - 24 de janeiro de 2025
GRUPO CRIAR - Criação

Na matéria desta semana do Blog Transitar, entenderemos como o trânsito das grandes cidades tem se tornado um dos principais gatilhos para o estresse no dia a dia. Filas intermináveis, congestionamentos inesperados, pressa para cumprir horários e a convivência com motoristas imprudentes transformam o ato de dirigir em uma experiência exaustiva para muitas pessoas. Mas você já parou para refletir sobre como esse estresse no trânsito afeta sua saúde e seu comportamento?

Uma pesquisa colaborativa sobre segurança no trânsito, realizada pela Comissão de Seguros de Acidentes Automotivos (MAIC) e pela Universidade de Sunshine Coast (UniSC) em Sippy Downs, Austrália, revela que a direção agressiva é resultado de uma combinação de fatores ambientais, sociais e individuais.

Segundo um dos pesquisadores, comportamentos agressivos, como exceder os limites de velocidade e desrespeitar sinais vermelhos, são influenciados pelo ambiente de tráfego, pela norma cultural de dirigir em alta velocidade e pela habilidade do motorista em gerenciar suas frustrações. Indivíduos que adotam comportamentos de risco e antissociais frequentemente têm dificuldade em controlar seus pensamentos e emoções, sendo mais propensos a agir impulsivamente.

Esses motoristas têm baixa percepção de risco quando escapam por pouco de sofrer acidentes ou por leves punições legais. Motoristas agressivos costumam culpar os motoristas lentos, enquanto os motoristas pacientes responsabilizam os imprudentes, resultando em frustração mútua.

O Estresse no Trânsito não apenas afeta o bem-estar emocional, mas também tem consequências físicas e psicológicas significativas. Fisicamente, o estresse prolongado no trânsito pode levar a sintomas como dores de cabeça, tensão muscular, principalmente no pescoço e ombros, e problemas digestivos. A pressão arterial também tende a aumentar durante períodos de estresse, o que pode ser perigoso para pessoas com condições de saúde preexistentes, como hipertensão.

Do ponto de vista psicológico, o estresse no trânsito pode causar irritabilidade, ansiedade e frustração. Essas emoções podem se manifestar de várias maneiras, como explosões de raiva, conhecida como “road rage”, ou um sentimento geral de esgotamento. Para muitos, a experiência diária de navegar em um trânsito congestionado se torna uma fonte constante de tensão, que pode afetar negativamente a saúde mental a longo prazo.

Além disso, o estresse no trânsito pode prejudicar o foco e a concentração, aumentando o risco de sinistros. Motoristas estressados são mais propensos a tomar decisões impulsivas e a se envolver em comportamentos de risco, como ultrapassagens perigosas ou desrespeito às sinalizações. Esses efeitos cumulativos do estresse podem criar um ciclo vicioso, onde o trânsito não só gera estresse, mas também contribui para um ambiente de direção mais perigoso.

Em uma matéria recente em celebração ao Dia do Psicólogo, ressaltamos a importância da avaliação psicológica, que desempenha um papel crucial na identificação de condições que podem comprometer a segurança ao dirigir, como ansiedade, depressão, impulsividade e alterações de comportamento. A avaliação psicológica também é capaz de detectar padrões de comportamento perigosos, como agressividade ao volante e falta de autocontrole.

Os especialistas em saúde do trânsito colaboram diretamente com as autoridades para criar e implementar programas educacionais focados na segurança viária. Esses programas incluem treinamentos sobre gestão emocional, técnicas de atenção e estratégias para lidar com o estresse, promovendo assim um trânsito mais seguro.

O projeto, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê a avaliação psicológica na renovação da CNH, garantindo que os motoristas mantenham a aptidão mental para conduzir veículos. Atualmente, a avaliação psicológica é exigida em algumas situações específicas, como para motoristas profissionais ou em casos de renovação após penalidades.

Em 28 de dezembro de 2023, aqui no Blog Transitar, discutimos os efeitos do álcool e de três grupos de drogas:

O Álcool: Afeta o sistema nervoso central, alterando percepções, comportamentos, atenção e raciocínio. Dependendo da quantidade, pode causar euforia, desinibição, sonolência, perda de equilíbrio e reflexos, e falta de noção de velocidade e distância.

As Drogas:

- Estimulantes (cocaína, crack, anfetaminas): Aumentam a atividade cerebral, gerando agitação, ansiedade, insônia, impulsividade e agressividade.

- Depressoras (tranquilizantes, analgésicos, inalantes): Diminuem a atividade cerebral, causando relaxamento, sonolência, lentidão e descoordenação.

- Alucinógenas (LSD, ecstasy, maconha): Alteram a percepção da realidade, provocando alucinações, delírios, confusão e paranoia.

Essas substâncias prejudicam a capacidade de dirigir, afetando visão, audição, concentração, memória, julgamento, tomada de decisão e reação a imprevistos. Misturadas, podem intensificar seus efeitos, aumentando os riscos de intoxicação e overdose.

Implementar avaliações psicológicas rigorosas pode assegurar que indivíduos em condições mentais instáveis sejam identificados antes de causarem sinistros com danos materiais e, principalmente, à vida.

A solução está na conscientização, na educação no trânsito e na prevenção. É fundamental reconhecer a ansiedade como um problema real que demanda atenção e tratamento. Precisamos entender que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e ignorar questões como a ansiedade só agrava a situação. Promover campanhas de conscientização, disponibilizar recursos de apoio, incentivar a busca por ajuda profissional e investir na educação no trânsito são passos essenciais para criar um ambiente mais seguro e saudável para todos. Apenas ao tratar a ansiedade e promover a educação no trânsito com a seriedade que merecem poderemos reduzir seus impactos negativos e promover uma qualidade de vida melhor para os indivíduos.

Para minimizar os impactos do Estresse no Trânsito, especialistas sugerem diversas estratégias eficazes, como planejar os trajetos com antecedência, evitar horários de pico e explorar rotas alternativas podem diminuir a sensação de impotência. Não reaja a motoristas agressivos. Mantenha a calma e continue dirigindo com segurança.

Além disso, aproveitar o tempo no trânsito para ouvir músicas relaxantes, audiolivros ou podcasts pode transformar os minutos parados em momentos mais produtivos e agradáveis.

Praticar atividades físicas e adotar técnicas de relaxamento, como meditação e respiração controlada, também são fundamentais para equilibrar as emoções. Essas práticas não só ajudam a aliviar o estresse acumulado, mas também promovem um bem-estar geral, tornando a rotina diária mais leve e saudável.

Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desta semana. Se você gostou, não hesite, inscreva-se gratuitamente na nossa newsletter e receba novidades em seu e-mail. Juntos, podemos construir um trânsito mais seguro para todos.

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