Trânsito

Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito

Data internacional reforça a necessidade de políticas públicas, conscientização e respeito às regras para reduzir mortes nas ruas e estradas.

Comunicação - 19 de novembro de 2025
GRUPO CRIAR - Criação

O terceiro domingo de novembro foi marcado por uma homenagem silenciosa e necessária: o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, a data busca lembrar aqueles que perderam a vida em sinistros viários e chamar atenção para a urgência de medidas que garantam mais segurança no trânsito. No Brasil, órgãos de trânsito, entidades civis e familiares de vítimas organizam atos simbólicos, campanhas educativas e debates sobre mobilidade responsável.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos em sinistros de trânsito no mundo. No Brasil, são cerca de 30 mil mortes anuais, além de milhares de feridos que ficam com sequelas permanentes. O impacto não é apenas humano: os custos hospitalares e previdenciários ultrapassam bilhões de reais, sobrecarregando o sistema de saúde e a economia.

Em Brasília no Distrito Federal, por exemplo, o DETRAN-DF promoveu um evento em alusão ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. Ações educativas e homenagens às vítimas destacaram que cada número representa uma história interrompida e uma família marcada pela dor.

Na ocasião, foi apresentado ao público o livro “Vidas Interrompidas - Famílias enlutadas” decorrentes de sinistros de trânsito, obra do servidor Mário Fernando de Freitas.

Os sinistros de trânsito deixam marcas que vão além das estatísticas. Ferimentos graves, amputações e traumas cranianos são comuns, mas os impactos emocionais também são profundos. Familiares e sobreviventes enfrentam luto, ansiedade, depressão e até transtorno de estresse pós-traumático. O sofrimento psicológico é uma ferida invisível que exige atenção e políticas de apoio.

Especialistas alertam que afrouxar regras de trânsito significa aumentar riscos. O uso do cinto de segurança, a fiscalização contra o álcool ao volante, o respeito aos limites de velocidade e a atenção às condições da via são medidas simples que salvam vidas. Campanhas como o Maio Amarelo e o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito reforçam que a mudança depende de escolhas individuais e coletivas.

A data também dá voz às vítimas e familiares. Ciclistas, pedestres e motociclistas, os mais vulneráveis no trânsito, são frequentemente lembrados em atos públicos. Um exemplo marcante é o Movimento Pedale como Marina, criado em memória da pesquisadora e ativista Marina Kohler Harkot, atropelada e morta por um motorista embriagado na Zona Oeste de São Paulo, em novembro de 2020.

O movimento reúne familiares, amigos, pesquisadores e ativistas com a missão de manter vivo o legado de Marina e colocar em pauta a violência do trânsito nas cidades brasileiras. Mais do que um memorial, o projeto busca inspirar mudanças: promover debates sobre mobilidade urbana, incentivar a cultura da bicicleta e defender cidades menos centradas no automóvel e na velocidade.

Marina pedalava diariamente pelas ruas de São Paulo, usando a bicicleta como ferramenta de deslocamento, luta e inspiração. Sua morte expôs não apenas a imprudência de um motorista embriagado, mas também o descaso do poder público e a hostilidade das cidades para quem escolhe modos de transporte mais sustentáveis. O movimento, portanto, é um chamado à justiça e à construção de espaços urbanos mais humanos, onde o direito de ir e vir seja garantido a todos.

O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito é mais do que uma homenagem: é um chamado à ação. A ONU e a OMS defendem metas ambiciosas para reduzir pela metade as mortes no trânsito até 2030, dentro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Para que isso se torne realidade, é preciso unir governos, sociedade civil e cidadãos em torno de um compromisso coletivo: valorizar a vida no trânsito.

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